Amor em Camadas
Sinto crescer na cabeça
Um monstro delirante
Que me mastiga o cerébro
E me tira o sono, nalgumas noites.
Tenho a alma conspurcada
com pensamentos obscenos
e as entranhas intactas,
porque nunca senti o teu toque.
Corto o coração em pedaços pequenos
E disponho o Amor em camadas.
Das feridas abertas escorre lava e não sangue,
Das minhas mãos brota o desespero,
Enquanto Das tuas nasce música, todos os dias.
Amo-te em silêncio e no escuro,
De encontro ao lençol gelado,
Nos momentos breves em que não me vês
E que não me reconheces.
Corto o Amor em pedaços pequenos
E distribuo-o
Exponho o coração em camadas
E ofereço-to.
* Foto de Lullacrie
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