quinta-feira, agosto 31, 2006

Amor em Camadas


Sinto crescer na cabeça
Um monstro delirante
Que me mastiga o cerébro
E me tira o sono, nalgumas noites.
Tenho a alma conspurcada
com pensamentos obscenos
e as entranhas intactas,
porque nunca senti o teu toque.

Corto o coração em pedaços pequenos
E disponho o Amor em camadas.

Das feridas abertas escorre lava e não sangue,
Das minhas mãos brota o desespero,
Enquanto Das tuas nasce música, todos os dias.
Amo-te em silêncio e no escuro,
De encontro ao lençol gelado,
Nos momentos breves em que não me vês
E que não me reconheces.

Corto o Amor em pedaços pequenos
E distribuo-o
Exponho o coração em camadas
E ofereço-to.

* Foto de Lullacrie