A Chuva que cai
Procuro na chuva que cai
Aquilo que não encontro
Nos meus dedos
E insisto em esconder o medo
Que tenho de te perder
Enterro o coração que palpita,
Sem temor nem vergonha,
Na terra molhada de ontem
E coloco no peito vazio
Uma estrela cadente
Incendeio o corpo agitado
Com a tua seiva e saliva,
Dentro de uma cama estreita
E transbordo de luminosidade
Com a janela aberta
Devoro o tempo que passa
Com fome e sede de mar
Na contemplação dos dias
E rasgo a roupa com fúria
Sempre que estás ausente
Sempre que o vento muda e o Amor cresce,
Tu dizes-me uma mentira
E mordes-me os lábios doces
* Foto de Silvery Lilly
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