quinta-feira, outubro 26, 2006

Nem sempre o corpo se parece

Nem sempre o corpo se parece com um bosque,
nem sempre o sol atravessa o vidro,
ou um melro cante na neve.
Há um modo de olhar vindo do deserto,
mirrado sopro de folhas,
de lábios, digo.


Eugénio de Andrade, "O peso da sombra"