Há demasiada beleza em ti
Há demasiada beleza em ti,
quando caminhamos de mãos dadas
entre a chuva e as fracturas da alma.
Conheci-te, ainda tu remendavas
as asas de anjos tresmalhados
sob as bandeiras brancas
de uma adolescência a sangrar,
e desenhavas corações de giz
nos muros da escola velha.
Toda a beleza desses dias adormece
ainda em mim, a sua corola intacta,
neste Outono de pássaros mortos.
E é por essa beleza que hei-de ir
ao encontro do vento,
para te devolver a inocência da labareda,
o perfume azul do lilás, -
e as pétalas de todas as meninas
que docemente violei por ti.
João de Mancelos, "Línguas de Fogo", 2001
quando caminhamos de mãos dadas
entre a chuva e as fracturas da alma.
Conheci-te, ainda tu remendavas
as asas de anjos tresmalhados
sob as bandeiras brancas
de uma adolescência a sangrar,
e desenhavas corações de giz
nos muros da escola velha.
Toda a beleza desses dias adormece
ainda em mim, a sua corola intacta,
neste Outono de pássaros mortos.
E é por essa beleza que hei-de ir
ao encontro do vento,
para te devolver a inocência da labareda,
o perfume azul do lilás, -
e as pétalas de todas as meninas
que docemente violei por ti.
João de Mancelos, "Línguas de Fogo", 2001
* Foto de Devilicious
1 Comments:
olá,
obrigado por ter escolhido o meu poema. pode ler outros de minha autoria em:
http://mancelos.homepages.com/home
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