Como eu
Há muitas semanas que faço perguntas
Que ninguém sabe responder.
Há muitos dias que me entrego à dúvida
Porque tudo o que encontro é incerto.
Nem sempre as imagens que procuro
Têm as cores e formas perfeitas porque
Nos sonhos e conjecturas tudo é nublado e inatingível.
Há muito tempo que me tornei insaciável
Porque os desejos e os afectos
Nunca se alimentaram de espectros.
Nada do que devora o meu interior
É brutal o suficiente para me desarmar
Porque as mãos teimam em tocar o vazio
E o coração insiste em ter memória.
Há poucos minutos tocou o telefone e eu não atendi
Porque o que ouço do outro lado
Arrefece-me o calor do corpo
E paralisa-me os movimentos.
Neste momento acabam-se-me as palavras
Porque já todas foram ditas fora do contexto
E abusadas no seio do seu habitat natural,
Tal como Eu.
Que ninguém sabe responder.
Há muitos dias que me entrego à dúvida
Porque tudo o que encontro é incerto.
Nem sempre as imagens que procuro
Têm as cores e formas perfeitas porque
Nos sonhos e conjecturas tudo é nublado e inatingível.
Há muito tempo que me tornei insaciável
Porque os desejos e os afectos
Nunca se alimentaram de espectros.
Nada do que devora o meu interior
É brutal o suficiente para me desarmar
Porque as mãos teimam em tocar o vazio
E o coração insiste em ter memória.
Há poucos minutos tocou o telefone e eu não atendi
Porque o que ouço do outro lado
Arrefece-me o calor do corpo
E paralisa-me os movimentos.
Neste momento acabam-se-me as palavras
Porque já todas foram ditas fora do contexto
E abusadas no seio do seu habitat natural,
Tal como Eu.
* Foto de Kirttik
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