quinta-feira, agosto 31, 2006

No fogo dos dias sempre iguais


Acordo hoje num dia igual a ontem
O tempo é marcado no relógio de pulso
Á cabeceira
E os ponteiros avançam dentro da minha cabeça
Saí da madrugada e ainda não há luz

Os gestos repetem-se, as palavras já alguém as disse
(mesmo que com outros sentidos)
E o Amor teima em não se expandir
O tédio devasta-me
E a tarde apanha-me de surpresa

Quero mergulhar em águas salgadas e revoltas
Quero que o Sol do meio dia me abra fendas na pele ávida
De humidade e afectos
É noite
E apenas ardo no fogo dos dias sempre iguais