sexta-feira, novembro 03, 2006

Joelho

Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho

Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio

Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo

Não há nada
que disfarcede ti
aquilo que vejo

Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo

E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento

Volto então
ao teu joelho
entreabrindo-te as pernas

Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas.



Maria Teresa Horta