terça-feira, maio 08, 2018

Uma espécie de noite

Saímos de dentro de um ventre sem tempo
Do umbigo do mundo nascemos sem medo
E as entranhas que parem e nos trazem do fundo
São as mesmas que nos ferem no céu mais profundo

Amamos sem norte e com febre-veneno
Queimamos a Alma nesta chama invadida
E enquanto gritamos o nome da morte
Sonhamos com filhos na ponte da Vida

Dormimos em noites de aço e de mármore
Saímos pra a rua sem roupa e em ferida
Acabamos sem nome nesses becos escuros
E escolhemos a dor que nos mostra a saída

E por dentro do sonho e do tempo infinitos
Procuramos a sorte na próxima esquina
Mas para mim, sei por certo que sem ti estou perdida
E que vivo na Vida uma espécie de morte

Neste céu de neblina,
uma espécie de noite.



1 Comments:

Blogger Porventura escrevo said...

dormimos em noites de aço e mármore
realço este verso
gostei muito

4:38 da tarde  

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