Asas
No momento em que explode a manhã
no teu coração exposto
murmuro palavras amplas
que tento encaixar à força
no tempo que me sobra
Abro trilhos de fogo pálido
no teu corpo inexplorado
Movimento-me em círculos abertos
e em espirais coloridas
que me levam ao teu âmago.
Nas horas em que a tua Alma dorme
em lençóis terminais e ásperos
devoro o vento do Norte
e acordo na penumbra branca
da casa – luz que sonhei para nós
Sempre que o coração respira
tu deixas para trás o Sol ardente
e o caminho agreste que percorreste
Vislumbras, na bruma, os dias perdidos
É tempo de fechar as Asas.
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