sexta-feira, setembro 01, 2006

Asas


No momento em que explode a manhã
no teu coração exposto
murmuro palavras amplas
que tento encaixar à força
no tempo que me sobra

Abro trilhos de fogo pálido
no teu corpo inexplorado
Movimento-me em círculos abertos
e em espirais coloridas
que me levam ao teu âmago.

Nas horas em que a tua Alma dorme
em lençóis terminais e ásperos
devoro o vento do Norte
e acordo na penumbra branca
da casa – luz que sonhei para nós

Sempre que o coração respira
tu deixas para trás o Sol ardente
e o caminho agreste que percorreste
Vislumbras, na bruma, os dias perdidos
É tempo de fechar as Asas.