A Flor e a Náusea
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a policia, e rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
E lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo, e o ódio.
Carlos Drummond de Andrade
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a policia, e rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
E lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo, e o ódio.
Carlos Drummond de Andrade
* Foto retirada da Internet
2 Comments:
É feia. (relativo se a vida é feia a ausência dela no asfalto devia ser bela
Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo, e o ódio
o conceito urbano de que a natureza é bela e o artificialismo urbano
é repetitivo e estéril
Drummondidades
Olha, que legal!
Parece que você também gosta de línguas estrangeiras, música e poesia.
Bem, eu é que não gosto de Drummond.
Você conhece Casimiro de Abreu?
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