Amor ao 1º Livro
Primeiro dia de aulas. Sol a bater na janela do quarto. Dores de estômago. Nervos e medo. É sempre assim, todos os anos. O mistério que encerra uma nova turma, a ansiedade á flor da pele á medida que se percorre o breve caminho até á escola, o tempo que parece correr mais devagar após o toque de entrada para a primeira aula.
O caderno aberto em cima da mesa e as primeiras notas são rabiscadas um pouco á pressa. O olhar teima em circular pela sala, procura os rostos dos colegas, os que conhece e os que observa pela primeira vez. Pára os olhos na mesa da ponta. Ocupa-a uma rapariga desconhecida, que parece muito atenta às palavras do professor. Escreve freneticamente. O sol reflecte-se nos seus cabelos loiros, como se fosse um espelho. Alguma coisa nela lhe prende a atenção. Decide que quer conhecê-la.
O caderno aberto em cima da mesa e as primeiras notas são rabiscadas um pouco á pressa. O olhar teima em circular pela sala, procura os rostos dos colegas, os que conhece e os que observa pela primeira vez. Pára os olhos na mesa da ponta. Ocupa-a uma rapariga desconhecida, que parece muito atenta às palavras do professor. Escreve freneticamente. O sol reflecte-se nos seus cabelos loiros, como se fosse um espelho. Alguma coisa nela lhe prende a atenção. Decide que quer conhecê-la.
O intervalo torna-se obsessivo. Procura por todo o lado e não a encontra. Respira fundo. Desespera. Ao entrar no refeitório, percebe que almoça sozinha na mesa junto á janela. A luz do sol. O cabelo dela. Compra o almoço. Senta-se ao seu lado. Trocam umas palavras. Apresentam-se. Ela tem olhos cor de amêndoa e uma boca perfeita que sorri sem medo. Ele mexe no cabelo e diz piadas. Ela tem a boca seca. Ele tem o coração em batida frenética.
Depressa se tornam inseparáveis. Olhares furtivos e sorrisos velados durante as aulas. Mãos entrelaçadas e beijos roubados nos corredores. Gargalhadas e conversas intermináveis. Ele diz-lhe que sonha com viagens á volta do mundo e que tem as gavetas cheias de histórias para serem contadas, palavras ansiosas para serem um livro. Um livro, o seu livro. Ela conta-lhe os seus segredos mais profundos de adolescente e mostra-lhe o livro de poemas que já escreveu. É um livro de capa mole, pequeno, cabe num bolso. Lá dentro, estão os seus segredos. Poemas recitados pela sua alma.
Depressa se tornam inseparáveis. Olhares furtivos e sorrisos velados durante as aulas. Mãos entrelaçadas e beijos roubados nos corredores. Gargalhadas e conversas intermináveis. Ele diz-lhe que sonha com viagens á volta do mundo e que tem as gavetas cheias de histórias para serem contadas, palavras ansiosas para serem um livro. Um livro, o seu livro. Ela conta-lhe os seus segredos mais profundos de adolescente e mostra-lhe o livro de poemas que já escreveu. É um livro de capa mole, pequeno, cabe num bolso. Lá dentro, estão os seus segredos. Poemas recitados pela sua alma.
Combinam em segredo que vão escrever um livro a quatro mãos. Estão apaixonados pela escrita. Estão apaixonados um pelo outro. Querem escrever um livro que seja dos dois. Ele quer escrever sobre a luz do sol reflectida nos cabelos louros dela. Ela quer contar as histórias das viagens dele pelo mundo. Um livro para tirar as folhas escritas das gavetas fechadas. Um livro para exaltar o seu amor com sabor de primeira vez.
* Pintura "Dois Jovens lendo", Pablo Picasso
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