sexta-feira, julho 02, 2010

Resposta




Não quero ouvir a tua resposta,
o não nascente nos teus lábios febris, essa palavra maldita
que me assombra os sonhos e me tira o fôlego.
Preciso de matar a esperança, afogar o coração
neste oceano profundo que nos move e nos separa,
este coração que se revolta, resiste, insiste em respirar debaixo de água, me confunde e me puxa para o abismo.
No fundo do mar ninguém ouve os meus gritos. No fundo do mar há silêncio.
O meu corpo pálido e flutuante, o meu amor numa sepultura aquática.
Faltam palavras na despedida. Faltam flores.
* Foto retirada da Internet

quinta-feira, julho 01, 2010

Last Request


Diz o meu nome outra vez, é tudo o que te peço hoje,
quando já nada resta de mim senão cinzas nas tuas mãos abertas,
a nossa morte anunciada dançando nos teus olhos já distantes,
os meus passos incertos na tua estrada deserta.

Chama por mim, como no primeiro de todos os dias,
como nessa noite abençoada e quente em que os nossos olhos se conheceram
e a tua luz me inundou o peito trémulo de esperança breve e amor renovado.

Grita o meu nome outra vez, é o meu último pedido,
rasga a minha pele cansada com as tuas palavras amargas e os teus gestos cinzentos,
sussurra-me mentiras doces e promete-me a tua Alma remota e impossível.
Lambe-me as feridas mortais com os teus beijos ausentes.
* Foto retirada da Internet